24/03/2009

Como era no princípio, agora e sempre - Parte 1

Hoje acordei pensando nos começos. Dizem que os fins, justificam os meios, mas e quanto aos começos? Um novo emprego, um novo lugar, alguém novo. Seja o que for, costuma ter muito mais valor no início. Que efeito é esse que o tempo tem sobre as coisas, que tira o brilho, a empolgação, até que a última novidade se torne só mais um acontecimento corriqueiro?
O primeiro dia no trabalho, por exemplo. Tudo bem que tem aquela certa insegurança de não saber exatamente o que te espera, se seus colegas serão companheiros pro chopp depois do expediente ou se vão despertar seus mais profundos instintos assassinos. Mas e a animação com que você se levanta de manhã? E aquela super produção? Pra onde vai tudo isso depois de um tempo? Por que a gente passa a mergulhar no armário e sair? A se arrastar pro trabalho como quem caminha pro corredor da morte.Tem também os relacionamentos. Ah os relacionamentos...tão indefesos diante do tempo, o implacável. Se antes você contava as horas, agora pensa: "Lá vem ela de novo". Será que tudo na vida tem prazo de validade? E se for assim, como não passar de lançamento excitante à produto da estação passada empurrado pro fundo da prateleira?

Multitarefas entediantes

De quantas coisas a gente precisa pra ser feliz? A cada dia que passa, sinto que a lista só cresce. É como se precisássemos de vários e diferentes estímulos para ver se conseguimos sentir alguma coisa. Pensa bem, antigamente (no meu caso na brega e saudosa década de 80). Bastava um disco (de vinil, é claro) do New Kids on the Block, por exemplo (Aliás, eles voltaram! Dá pra acreditar?!) pra fazer a sua tarde colorida. Agora a gente liga a tv, passa os olhos no jornal, se conecta no msn, baixa aquele cd que alguém disse que super vale a pena, ouve uns três minutos e..."Ai enjoei desse canal, vou trocar". "Hum que será que tem no cinema essa semana?". "Ih ele acabou de entrar no messenger...será que vai me ver, será que vai me ver". "O que será que tem de novo no youtube?". "Nossa...pleno fim de tarde e não tem nada pra fazer"."Acho que vou andar por aí e ver a paisagem". "Melhor levar o mp3 pra curtir um som. Vai que me canso da paisagem. E também esse livro pra quando enjoar do som. E meu celular, vai que alguém liga?! Mas o que faço se enjoar do livro também? Meia hora de leitura caminhante com trilha sonora e... "Ai que tédio!". Será que isso é só fome de informação ou de mais alguma coisa? "Vou voltar pra casa e ligar o jornal, passar os olhos no youtube, me conectar na televisão e (Meeedo os caras do New Kids viraram Tios Sukita). Tempo implacável tempo.